sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Feeling sentimental

E talvez não exista, na cultura brasileira, equivalente musical tão sinestésico, inteligente e metafísico. Dos áureos tempos de um Jorge Ben que, hoje, não existe mais. Foi abduzido, quem sabe.

Errare Humanum Est

Jorge Ben Jor

Lá lá lá
Tem uns dias
Que eu acordo
Pensando e querendo saber
De onde vem
O nosso impulso
De sondar o espaço
A começar pelas sombras sobre as estrelas-las-las-las
E depensar que eram os deuses astronautas
E que se pode voar sozinho até as estrelas-las-las
Ou antes dos tempos conhecidos
Conhecidos
Vieram os deuses de outras galáxias-xias-xias
Ou de um planeta de possibilidades impossíveis
E de pensar que não somos os primeiros seres terrestres
Pois nós herdamos uma hernaça cósmica
Errare humanum est
Errare humanum est
Nem deuses
Nem astronautas
Ô ô ô ô
Eram os deuses astronautas
Lá lá lá lá
Nem deuses
Nem astronautas
Ô ô ô ô
Eram os deuses astronautas
Lá lá lá lá
Eram os deuses astronautas
Ná ná ná ná ná
Dez
Ná ná ná ná ná
Nove
Ná ná ná ná ná
Oito
Ná ná ná ná ná
Sete
Ná ná ná ná ná
Seis
Ná ná ná ná ná
Cinco
Ná ná ná ná ná
Três
Ná ná ná ná ná
Dois
Ná ná ná ná ná
Um
Ná ná ná ná ná
Zero


quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Alerta: comprem livros da Cosac Naify

Não, eu não estou recebendo patrocínio algum pela propaganda do título desta postagem. Sequer uma gratificação miúda, uma promissória magra - absolutamente nada. Mas, caros e igualmente míudos leitores deste blog que luta, todos os dias, contra o total desaparecimento, sigam o conselho: comprem livros da belíssima, encantadora, monumental e hercúlea Cosac Naify
A editora prestou, recentemente, 03 grandes favores ao público geral consumidor de preciosidades clássicas. Tornou a reeditar os volumes espetaculares de William Faulkner, todos exuberantes e ricamente decorados - recomendo, em especial, O Som e a Fúria. Ainda publicou, num pequeno exemplar modernista, o famoso Bartleby, o Escrivão, obra sensacional do americano Herman Melville. E, como se não bastasse, lançou a mais bonita e sofisticada versão de Os Miseráveis que já tive o prazer de tocar (maldito livro: consumiu parte considerável da minha renda mensal, alguns meses atrás). 
Os tomos são bastante salgados, sempre muito caros; todavia, acho que o retorno compensa o investimento. E a sua biblioteca certamente ficará mais vistosa e esbelta.
Pequeno detalhe: os textos são maravilhosos.